As horas passavam naquele gelado fim de tarde, e ele não chegava a nenhuma conclusão. As perguntas eram as mesmas de todos os dias, porém as respostas pareciam que nunca chegariam...
O que deveria fazer? Deveria continuar orando? Continuar esperando explicações que nunca vinham? Devia continuar acreditando em alguém, que há muito tempo nem mais respondia?
A noite se aproximava, e ele achou abrigo para passar mais uma noite, mais uma noite amarga...
No ápice de sua frustração ele zombou e ironizou de Deus, passou dos limites, mas não conseguia se importar com isso... Ele iria até o fim.
Ele continuou desabafando para o nada até que coisas estranhas começaram a acontecer. A temperatura do ambiente mudou, a atmosfera ficou tensa e ele percebeu que não estava mais sozinho, se sentia amedrontado, mas ao mesmo tempo maravilhado. Isso não era suficiente para ele e com as forças que conseguiu reunir ele gritou: “Eu ainda quero um sinal!”. Nesse momento os seus joelhos perderam as força, seu coração parecia estar sendo esmagado, e ele começou a chorar. Algo muito mais forte de tudo que ele já havia sentindo o oprimia, de forma que ele só podia pensar em se ajoelhar e orar. Tudo o que lhe afligia já não tinha mais valor, suas dúvidas e preocupações perderam sentindo, e ele só queria matar a saudade que tinha de Deus, de enfim poder renascer em Deus.
“Sei que podes fazer todas as coisas, nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Tu perguntaste: ‘Quem é esse que obscurece o meu conselho sem conhecimento?’ Certo é que falei de coisas que não entendia, coisas tão maravilhosas que não poderia saber. Tu disseste: ‘Agora escute, e eu falarei; vou fazer-lhe perguntas e você me responderá’. Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram. Por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza.
(Jó 42 1 - 6)
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